O polêmico concurso Musa Esmeraldina
O polêmico concurso Musa Esmeraldina
Caros amigos, semana passada recebi dezenas de participações de telespectadores do Mais Esportes via redes sociais, comentando sobre o concurso realizado no último dia 29/07 durante o lançamento da nova coleção de uniformes do Goiás, que elegeu a rio-verdense Anielly Campos a nova Musa Esmeraldina.
Na foto a modelo Aniely aparece recebendo a faixa e o troféu do suposto concurso forjado
Mesmo sem muitas informações sobre o concurso, me impressionou a revolta com que os torcedores esmeraldinos se manifestaram contra a escolha da nova musa. Minha primeira impressão foi que talvez a moça não oferecesse atributos suficientes para estampar um título tão cobiçado, impressão esta afastada com uma simples visita ao Facebook da modelo, realmente faz jus ao título, beleza não lhe falta.
Qual seria a motivação de tanta revolta então?
Depois de conversar com algumas candidatas, organizadores do evento e outras fontes, ficou claro o motivo: Mais uma vez a torcida esmeraldina não foi ouvida pelos dirigentes do clube.
Várias denúncias foram feitas nas redes sociais, entre elas o descumprimento de uma das clausulas do regulamento original do concurso e uma foto que circula na rede que deixaria claro que pelo menos um dos jurados do concurso já teria preenchido seu voto antes da apresentação das candidatas.
Nenhum desses motivos configura fraude ou irregularidade no concurso, no máximo podem ser considerados, falta de ética e desorganização.
Falta de ética por falta da empresa promotora do evento, a CentroAvante Marketing Esportivo, que colocou uma cláusula no regulamento original que previa que não poderiam haver inscrições de pessoas que haviam participado da produção do concurso:
“5.8. Estão impedidos de participar do Concurso qualquer funcionário do clube e/ou da diretoria do clube, bem como da agência CentroAvante – Marketing Esportivo, seus cônjuges, seus parentes de até terceiro grau ou pessoas que de alguma forma participem, direta ou indiretamente da produção do concurso, bem como parentes de até terceiro grau destes envolvidos.”
A candidata vitoriosa não participou da “produção” do evento, mas participou da divulgação e da promoção do mesmo, aparecendo inclusive ao lado do diretor de marketing do Goiás, Paulo Siqueira, no dia do lançamento do concurso.
Na foto a modelo Aniely aparece no dia da divulgação do concurso
Sendo assim a empresa cumpriu o regulamento, mas não deixa de ser incomodo ver a vencedora do concurso posando para fotos da campanha de marketing dias antes de ser declarada a musa esmeraldina. Fazendo uma analogia simples e reservadas as devidas proporções, seria o mesmo que ver um candidato fazer a divulgação das eleições para prefeito, contratado pelo TRE, e ao final do pleito ser eleito o prefeito da cidade. Cumpriu-se o regulamento, atitude legal, mas antiética.
Na foto a modelo Aniely no site oficial do clube fazendo a divulgação do concurso
É impossível autenticar a foto que está rodando na internet, mas, se verdadeira, também faltou ética por falta do jurado, não identificado na foto, que preencheu seu voto antes mesmo do desfile começar e poder realmente julgar o merecimento e atributos de cada uma das candidatas.
Imagem de uma foto tirada antes da votação final já computava a modelo Aniely como vencedora do concurso.
Por fim, o mais grave dessa história, a desorganização da diretoria do Goiás Esporte Clube, responsável pela contratação da empresa que promoveu o concurso. Ao deixar na mão de terceiros os critérios de escolha da nova musa do Goiás, se colocou em uma situação de constrangimento perante sua torcida.
O voto dos torcedores, realizado através da página da empresa terceirizada no Facebook, não serviu para escolher a nova musa do Goiás e sim como etapa eliminatória para classificar cinco candidatas para a final. Na final o voto da torcida se tornou mero coadjuvante, quem realmente escolheu a nova musa foi um jure composto por 6 pessoas, que não representam a torcida esmeraldina, torcida essa que foi representada por um único voto.
“A eleição popular no facebook valerá 01 (um voto), assim como o voto de cada um dos seis membros do júri. Será eleita a Musa Esmeraldina 2012 aquela que obtiver o maior número de votos entre os 07 (sete) possíveis.”
Na eleição pelo Facebook a candidata mais votada, Hélika Rios, contabilizou 4.046 votos contra apenas 721 votos da vencedora Anielly Campos. Entre elas ainda haviam outras duas candidatas que contabilizaram mais votos, Sylvia Santos com 2.134 e Gleiciane Cirlene com 1.144 votos, ou seja a nova musa esmeraldina, na votação da torcida esmeraldina foi apenas a 4ª colocada.
Há muito tempo a torcida do Goiás sofre com o abandono e o desprezo dos dirigentes com a massa esmeraldina, poucas ações de marketing, ingressos caros, planos de sócio torcedor defasados, falta de títulos, de grandes ídolos vestindo a camisa do time, pouca interação entre dirigentes e torcida, redes sociais e sites abandonados, etc.
Com mais essa “bola fora” a diretoria do Goiás acabou desprestigiando o principal motivo da festa que era o lançamento da sua nova coleção de uniformes além de perder uma grande chance de trazer o torcedor para perto do clube e coloca-lo no seu lugar de direito, de dono, motivo único pelo qual um clube de futebol, entidade sem fins lucrativos deve existir.
Daniel Santana TV
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